Amado II

 

A nossa conversa durou cerca de 2h30min, a esposa dele havia saído com as filhas e como ele chegou tarde não deu tempo de sair com toda família. Conversamos bastante ele era um homem sensacional só pelo telefone, imagina só quando estivermos sós. Estudos, filhos, namoro, futuro, foi assunto a noite toda, eu parecia um boboca sorria com o vento e fui dormir como um anjo, mesmo com os elevados roncos do meu grande amigo Gabriel.

 No dia seguinte Gabriel e eu fomos a um clube com os amigos tomar banho de piscina e pegar um sol, passamos o dia por lá e foi só divertimento, em um determinado momento meu celular tocou “mensagem” era o Marcos falando que não me esquecia e ficava todo tempo lembrando os meus olhos, eu sorri apaixonadamente tolo.

 Marcos era o homem tipicamente charmoso com cara de garanhão, galã de novela, comunicativo, educado e atencioso. Acho que não seria preciso dizer que também era inteligente? Impressionante aquele pedaço de humano e assim deixei-me levar. Foi amor a primeira passada na perna. (risos). Seguimos normalmente como uma amizade comum, nos primeiros dias nos falamos ao telefone mais de seis vezes ao dia, a conversa às vezes era a mesma. Dias depois descobri que Marcos morava bem próximo de minha casa, era justamente aquele vizinho que chegava com seu carro entrava em casa e não saía mais e eu misteriosamente querendo descobrir algo, mas nunca ninguém demonstrava interesse.

Então a esposa de Marcos e as filhas, eu já conhecia, depois foi caindo à ficha. Dias após era nosso primeiro fim-de-semana juntos, na sexta-feira à noite saí de faculdade e Marcos já estava me aguardando na saída, pegamos a estrada e seguimos viagem para sua casa de praia, era característico Marcos viajar no fim-de-semana para o litoral e muitas vezes sua família não o acompanhava.

Lugar irreprovável para uma boa lua-de-mel e lá tivemos a nossa afeiçoada noite de amor. Foi completamente um ato favorável de coito, êxtase e afagos. No momento do comportamento contra a natureza Marcos me abraçou forte contra seu peito, pudendo eu sentir seu cheiro suave e varonil, levantou meu rosto e disse olhando fundo nos meus olhos: - Agora que te encontrei você será meu somente meu! Não queria sair daquela vida mais nunca, e fiquei a me perguntar: Porque não o conheci antes?Porque só agora? Abraçamo-nos, beijamos e nos amamos durante todos os dias ali folgados.

Marcos conversou bastante sobre sua vida, sua família e trabalho, e a partir daquele momento me senti mais próximo, mais apegado, envolvido, ou seja, perdidamente apaixonado, cego de amor. Na segunda quando retornei as atividades análogas fui surpreendido no trabalho com um rapaz que me veio entregar um buquê de rosas vermelhas, achei tudo aquilo estranho, exagerado, até pensei que era engano, mas eram para mim. No cartão dizia: “Eu não vou cansar de dizer que agora você é meu!”. Confesso, não sabia se sorria se chorava, mas algo era estranho e bem mais forte dentro de mim. Eu não queria encarar as minhas pretensões com Marcos e então tudo me virou balbúrdia.

Nunca até então tinha eu me sentido perdidamente apaixonado por outro homem e além de tudo, esposado com filhas de minha idade. Fui até uma igreja, lá solitário então eu comecei a chorar pedindo perdão a Deus pelos meus atos pecaminosos e hediondos, mas não entendia o que estava acontecendo era algo maior que minha capacidade de amor-próprio. Mas toda essa confusão era interna eu não podia explicar a ninguém, nem pedir ajuda a alguém. “Meu Deus, como pode algo tão bom ser tão cruel?”.

Busquei explicações em livros e textos, internet e não obtive êxito, era paixão, amor somente. Dias depois de ter denegado suas ligações, Gabriel e Marcos foram juntos até minha casa bateram e chamaram, mas ninguém respondeu. Eu havia pedido demissão do trabalho e como estava de férias, viajei para São Paulo numa tentativa de fugir de renegar todo aquele afeto, pois tudo teria deixado minha cabeça meio desordenada. Apesar de tudo viajei de coração partido, chorei do começo ao fim da viagem...

Continua...